segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

uma vida a pesar

Entre tantos sorrisos
Entre tanta alegria
Entretanto uma lágrima
Com todos os recursos
Com tudo encaminhado
Contudo miserável
Toda vida adiante
Toda vida vencida
Todavia rendido
Apesar da vaidade
Apesar dos talentos
A pesar, minha vida






sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Paradoxo feminista

Não consigo entender no feminismo
O paradoxo que esconde o machismo
Mulher que vê no homem seu modelo
Não percebe que neste falta zelo
Falta seu tato e sua elegância
Quer se provar líder e calculista
E se tornar fria e egoísta
É verdade que há mulheres diversas
Mulheres cabeça e de coração
Mas não consigo entender a razão
De ter em nós tamanha adoração


Observador da Real

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

infelicidade existencial

Algo me puxa para o abismo infinito
Algo me prende ao futuro presente passado
Em lugar algum me vou
Em tempo algum me desloco
Sem regras
Sem nada
É a corrente da triste liberdade
É o peso da infeliz existência, da infelicidade existencial
Não quero mais acordar e dar corda ao relógio da vida
Não quero mais dar sentido à minha direção
Não há razão na razão
Não há vida na ávida vida
Não existo, penso que existo.




Observador da Real

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Mendigo apaixonado

Quem é sábio de ver no mendigo alguém?
Meu amor, olhe pra mim sem este desdém!
Até mesmo um diamante nada seria
Um coração cheio de amor você veria!
Se não fosse a perícia de um garimpeiro
Se não fosse esnobe para o seu companheiro!
Mesmo pedindo por aí restos de pão
Minha musa não lhe estou pedindo a mão!
Por dentro também sou um filho de Adão
Muito menos um mísero resto de pão!
Apenas lhe pedimos por mais atenção!

Nas ruas não me vêem, nas casas não me querem
Que mulher desejaria um derrotado!
Sou pó, sou só, sou o que sobrou de alguém
Ainda que seja um amante devotado!
Por favor eu lhe imploro, meu deus, me atenda:
Uma vez que nas leis do amor não há emenda:
Que faça dos homens iguais mesmo sem renda!!



Observador da Real
Monólogo a duas vozes

Depressão


No sombrio infinito eu me encontro
Flutuando talvez, não sei dizer
Aqui gravidade zero defronto
Nada mantém integro o meu ser

As poucas luzes estão tão distantes
Minha visão se turva neste breu
As estrelas  parecem diamantes
De um passado que já chamei de meu

Saudades a parte, agora é tarde
À Thanatos  já me capitulei
Na morte não espero  piedade

Pois tudo já perdi por esta vida:
O amor, o prazer e a alegria
A morte alivia o suicida.




Observador da Real.