Quem é sábio de ver no mendigo alguém?
Meu amor, olhe pra mim sem este desdém!
Até mesmo um diamante nada seria
Um coração cheio de amor você veria!
Se não fosse a perícia de um garimpeiro
Se não fosse esnobe para o seu companheiro!
Mesmo pedindo por aí restos de pão
Minha musa não lhe estou pedindo a mão!
Por dentro também sou um filho de Adão
Muito menos um mísero resto de pão!
Apenas lhe pedimos por mais atenção!
Nas ruas não me vêem, nas casas não me querem
Que mulher desejaria um derrotado!
Sou pó, sou só, sou o que sobrou de alguém
Ainda que seja um amante devotado!
Por favor eu lhe imploro, meu deus, me atenda:
Uma vez que nas leis do amor não há emenda:
Que faça dos homens iguais mesmo sem renda!!
Observador da Real
Monólogo a duas vozes
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
Depressão
No sombrio infinito eu me encontro
Flutuando talvez, não sei dizer
Aqui gravidade zero defronto
Nada mantém integro o meu ser
As poucas luzes estão tão distantes
Minha visão se turva neste breu
As estrelas parecem diamantes
De um passado que já chamei de meu
Saudades a parte, agora é tarde
À Thanatos já me capitulei
Na morte não espero piedade
Pois tudo já perdi por esta vida:
O amor, o prazer e a alegria
A morte alivia o suicida.
Observador da Real.
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